18 de maio de 2014

Drácula - Bram Stoker



    Preparem-se para os terrores da madrugada, para dentes afiados e muito sangue e horror, pois a resenha de hoje falará sobre um dos clássicos mais sombrios da literatura mundial. Falaremos sobre Drácula, o Vampiro da Meia-Noite, escrito por Bram Stoker.

    Acredito que muitas pessoas conheçam o livro, justamente por ter sido adaptado para filme tantas e tantas vezes, e por ser, bem, famoso mesmo. Foi a partir de Drácula que a "lenda do Vampiro" cresceu e se tornou algo sombrio e terrível, e foi a partir dessa história que Bram Stoker se tornou mundialmente famoso. Afinal de contas, não é todos os dias que alguém escreve um livro sobre Vampiros.

    Estejam preparados e boa sorte.


"Em Drácula, o irlandês Bram Stoker baseou-se no fabulário hungaro do século XVIII para criar a história do Conde da Transilvânia (inspirado num personagem real, o Rei Vlad, o Empalador), que se tornou o típico representante do mito do vampiro.
    Romance de cunho epistolar, páginas de diário, telegramas, cartas e recortes de jornais se misturam criando uma atmosfera verossímil e realista, pano de fundo para a narrativa ficcional repleta de elementos fantásticos.
    O leitor deste livro deve estar preparado para penetrar num universo completamente misterioso, gótico e envolvido de terror.
    E atenção: muito cuidado ao abrir estar páginas! Uma vez em meio a essa narrativa, você pode ser seduzido, hipnotizado, manipulado ao ver-se completamente indefeso, incapaz de se desvencilhar de sua trama. Afinal, mistérios envolvem Drácula: o que faz dele esse clássico universal, lido em todo o mundo e adaptado inúmeras vezes para o teatro, televisão e o cinema? Está preparado para descobrir?"

Autor: Bram Stoker.
Editora: Martin Claret.
Ano dessa edição: 2012.
Número de Páginas: 412 (termina em 406).
Minha nota no Skoob: 4/5.

    É claro que todos já ouviram falar do clássico dos clássicos, aquele livro cujo leitura é obrigatória, cuja história é eterna e mesmo que não façamos ideia de quem o escreveu ou do que fala, o título perpetua em nossas mentes. É mais que óbvio que todos, todos os leitores e não-leitores já ouviram falar do "Vampirão-Mor", o terror da meia-noite... Drácula!

    E é claro que a grande maioria também sabe sobre o que se trata o livro: um vampiro terrível que pretende sugar o sangue de muita gente e que parece ser um grande Conde que mora da Transilvânia (daí muita gente acha o lugar sombrio e terrível). E fim. Aparentemente, aí termina o conhecimento geral e genérico de toda uma população de leitores e não-leitores que simplesmente conheciam superficialmente a história - ou já ouviram falar - do Conde Drácula.

    Aliás, muita gente não deve saber, mas o Conde Drácula não é o protagonista do livro. Na verdade, os "protagonistas" são John Harker, Mina, Lucy e outros personagens - incluindo o caçador de Vampiros Van Helsing!


(Livro pequeno e compacto. Gostei dessa edição, da capa e tudo mais. Realmente, valeu à pena ler)

    O livro tem uma narrativa toda dividida entre personagens. Quer dizer, no começo da história, acompanhamos tudo pelo único ponto de vista de Johnathan Harker, um advogado novato que está indo para Transilvânia resolver alguns negócios jurídicos para o tal Conde Drácula, um homem que, logo de cara, já fica bem claro que é temido por toda a população de camponeses americanos. Óbvio que o Sr.Harker, como é de se esperar, não dá a mínima atenção às supertições do povo, e vai para o castelo sombrio do Conde.

    Não pretendo dar spoilers, como eu já disse em todas as outras resenhas que escrevi por aqui, mas de fato é impressionante como o autor, Bram Stoker, começa essa narrativa e a constrói todo baseado na lenda de um homem, criando um personagem que iria se tornar um mito, uma lenda, um terror para muita gente. O livro Drácula, do Bram, gerou a base para a moderna ficção dos vampiros, que já eram mencionados tempos e tempos antes (iniciados, mais ou menos, no século XIX).

    Claro que muitas coisas podem ser mencionadas, como o fato de que a partir de um certo ponto, o livro é escrito por diversas outras pessoas diferentes (como há na sinopse), por meio de cartas ou recortes de jornal. E assim conhecemos Mina, Lucy e diversos outros personagens que serão importantes para o seguimento da história de Drácula e para acompanharmos esse terror noturno, acompanharmos o grande vampiro da história mundial.

    Falando nisso, bem, eu não tenho nada contra o Edward Cullen (de Crepúsculo), mas, sinceramente, Drácula que é um vampiro de verdade. Nem mesmo os vampirões do mal que viviam na Itália (?) na saga da Meyer chegam perto do nosso Conde terrível. Na realidade, é interessante observar como eram vistos os vampiros há tempos atrás, porque eles tinham, sim, poderes, mas eram totalmente diferentes e muito mais... Sombrios do que vemos hoje em dia. Os vampiros não eram algo "bom" ou "desejável" ou meramente "bonito", na verdade, os vampiros eram temidos - não só nas histórias!! - e o principal meio de combate a eles eram os instrumentos católicos (como a hóstia, cruz, essas coisas que eu nunca sei os nomes) que deixavam os vampiros extremamente perturbados e chegava até mesmo a matá-los.

(Como podem ver, o livro é todo dividido em diários e relatos cotidianos, com datas específicas. Pode ser entediante para alguns leitores, mas eu simplesmente amei!)

    Acho que é meio impossível escrever uma resenha sobre este livro sem comentar que, bem, é uma edição da Martin Claret e muitas pessoas falam muito, muito mal das traduções dessa editora. Pois bem, eu nunca li o "Drácula" original - em inglês - e não sei como são as edições das outras editoras, mas esta aqui me pareceu eficiente, na verdade. Quero dizer, sei que podem haver muitos outros "erros" de tradução que eu não conheço justamente por não ter lido o original, mas o que importa, na verdade, é o conteúdo da história, então, fiquei imensamente feliz em ganhar essa ediçao de Drácula, por mais que seja da "temida" Martin Claret.

    De qualquer forma, eu imagino que muitas pessoas tenham dificuldades em entender e acompanhar a leitura, pois muitas vezes ela é extremamente cansativa e exagerada. Deve-se lembrar que o livro fora escrito, originalmente, em 1897, e que portanto a linguagem era, realmente, bem exagerada, católica e cansativa, cheia de adjetivos, de voltas e mais voltas para se chegar onde o autor quer realmente chegar, e alguns poucos pontos "desnecessários". Portanto, é bem comum vermos muitos parágrafos inteiros falando somente sobre a igreja e Deus e "Deus, o Senhor, vai nos salvar dessas criaturas das trevas, esses demônios não abençoados por Deus, mas vendidos pelo Diabo", bláblábláblábláblá, e muitas frases também do tipo: "Oh, Sra. Mina, você é uma moça jovem e abençoada, que muito estimo, que isso e aquilo e blábláblá", e coisas do gênero. Pode ser realmente cansativo, mas em muitos, muitos pontos vale à pena a leitura de tal obra.

    E também acredito que pelo fato de ter sido escrito em "diário" por diversos narradores, muitos leitores não terão vontade de ler este livro - pois já vi muitos leitores que simplesmente não suportam livros-"diários" - o que preferem ver os filmes de Drácula (que eu também não sei se são fiéis, já que tem 3543737368763878676 adaptações cinematográficas de Drácula). Assim sendo, antes de começar Drácula, leve em conta esses dois fatores: leitura muitas vezes cansativa e narrativa em diários e relatos diários.


(Adorei essa edição! Realmente muito bonita e bem estruturada. Pretendo ler o original, em inglês, para saber se a tradução da Martin Claret realmente foi ruim ou se os boatos são apenas boatos)

    O livro é, sem dúvidas, fantástico. É muito interessante ler sobre vampiros sem que eles brilhem no Sol e sem que eles parecem meramente ridiculos ou "vegetarianos" (um absurdo para vampiros, na verdade. Vampiros que são vegetarianos? Isso não existe, de modo algum) e também é interessante ver os poderes imaginados para os vampiros há tempos atrás. Quero dizer, quem diria que antigamente Bram imaginou que vampiros poderiam "controlar" as mentes de ratos, lobos, morcegos e diversos animais "vis" e asquerosos? Isso é incrível!

    Além do mais, é um clássico da literatura. Finalmente eu conheço Drácula, finalmente eu sei o que se passa no castelo e toda a agonia da narrativa. Sei sobre vampiros, sei sobre terror e conheço o verdadeiro Conde da Meia-Noite. Posso ver os filmes e fazer uma comparação decente, sem me basear nos vampiros modernos e modificados.

    Recomendo Drácula para qualquer um que queira ler e aprender mais sobre clássicos. Também recomendo os filmes, que parecem ser ótimos (apesar de que há tantas e tantas adaptações que nem sei qual poderia ser ruim, enfim).

   E falando em filmes, a Universal irá lançar, no dia 17 de Outubro desse ano, um novo filme do Drácula, contando como o grande vampirão se tornou o terror das noites.

    Espero que tenham gostado da resenha,

    E até breve,

    Ana.

1 comentários :

  1. Clássico dos clássicos, todo o enredo vampiresco criado nesta obra é espetacular. Muito boa a sua postagem viu, deu até vontade de rever o filme que por sinal é muito bom também.

    Abraço,
    Diego de França
    Leitor Sagaz | Grupo Amantes da Literatura no Facebook

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