29 de novembro de 2013

As Vantagens de Ser Invisível [Stephen Chbosky]


Estou de volta e trago uma resenha fantástica pra os leitores e seguidores do blog: As Vantagens de Ser Invisível, do autor Stephen Chbosky (aliás, a Camila já havia feito uma resenha desse livro aqui antes, mas eu acho ele digno de uma segunda resenha HUAHUA)

O livro foi lançado, pela primeira vez, no dia 01 de Fevereiro de 1999 e ganhou uma repercussão enorme, por conta da história e - em minha opinião - da 'mensagem' que passava aos leitores (que para mim foi: participe, seja infinito também). De qualquer forma, não sei se fez tanto sucesso que hoje em dia, por conta do filme lançado - com o mesmo nome - que tinha no elenco Logan Lerman (hoje em dia mais conhecido como Percy Jackson) que interpretou o protagonista Charlie, Emma Watson (nossa eterna Hermione) que ficou no papel de Sam ( <3 ) e Ezra Miller (o psicopata Kevin, que deu o que falar no livro com seu nome: Precisamos Falar Sobre o Kevin), que fez Patrick, vulgo, "Nada".

Depois do lançamento do longa, o livro voltou a bombar nas livrarias e ganhou até mesmo uma daquelas capas novas que merchandising do filme (que é a minha edição haha).

"Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, As vantagens de ser invisível reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.

As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir “infinito” ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.

Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo."


Editora: ROCCO
Ano: 2012


O livro é contado todo em primeira pessoa e o nosso protagonista da vez é Charlie, um adolescente de 15 anos que está começando o Ensino Médio e logo de cara demonstra ter terríveis problemas de timidez. Acompanhamos Charlie nos descrever, de modo quase infantil, sua pequena família (pai, mãe, irmão e irmã) e o porquê de estar escrevendo cartas a uma pessoa 'anônima' - que, no caso, é você, leitor. 


Logo no início da história, lemos que no ano anterior o melhor amigo de Charlie se suicidou e que isso, com certeza, deixou graves marcas em todo o antigo grupo (as duas meninas que também eram amigas do menino e um outro fulano). A partir desse momento, Charlie se viu abandonado na escola, já que todos os outros alunos achavam que o garoto era estranho e avulso (ele era, na maior parte do tempo haha), mas somente até encontrar Sam e Patrick.

Os três começam a ficar 'amigos' e acredito que essa seja uma das maiores realizações de Charlie, já que todos na escola ignoravam o garoto e, enfim, ele não tinha amigos.

Preciso confessar que me achei extremamente parecida com Charlie - não sei se isso é bom ou ruim, até agora q - principalmente na questão da timidez (eu sempre tive dificuldades de falar com as pessoas, seja pessoalmente ou até por telefone) e dessa forma de enxergar a sociedade. O Charlie tem uma sensibilidade incrível, quase infantil, de tudo o que o cerca e consegue tirar conclusões que o restante nem sempre pensa.

Charlie é um dos personagens mais fantásticos que eu já encontrei e acho que foi realmente o único que me tocou, durante toda a leitura, de uma forma surpreendente. Eu ri e fiquei triste com ele (não chorei, é raro um livro me fazer chorar), e ao mesmo tempo fiquei surpresa quando ele ficava, já que sua escrita era tão simples e normal, que deixava extremamente claro o que ele estava sentindo (e fiquei com raiva que ele ficou também).


Como eu disse, a escrita de Charlie é simples, infantil e bem clara. Você consegue entender perfeitamente o que ele está querendo dizer, sem ironias e sem joguinhos de frases. É impressionante ler o livro porque o menino fala de assuntos tão... importantes com uma simplicidade assustadora.

Na realidade, parece que Charlie nunca estava presente.

Durante todas as descrições, momentos e falas, Charlie nunca pareceu estar presente. Era como se boa parte do livro estivesse através de uma névoa, e o garoto fosse uma marionete de si mesmo. Ele era praticamente um robô, sem vontade própria - quer dizer, ele tinha vontade própria, mas por algum motivo (não pretendo revelar) ele não queria 'exercer' essa vontade.

Charlie passava a maior parte do tempo lendo e tentando se acalmar de acessos de fúria (o que me fez lembrar bastante de Pat, de O Lado Bom da Vida, que sofria praticamente dos mesmos acessos). O garoto não tinha muito controle emocional e sempre que se sentia muito feliz, triste ou magoado, ou frustrado, ou, enfim, com algum sentimento que não fosse monótono, ele estava chorando e lá estava Sam, pronta para acalmá-lo (aliás, por causa da capa e do maldito filme, não consegui imaginar Sam uma única vez diferente da Emma. Fazer o quê? haha).

Falando em livros, acho que seria interessante colocar aqui os livros que são mencionados e que foram 'lidos' por Charlie: Uma Ilha de Paz [John Knowles]; Walden [H.D. Throreau]; O Sol É Para Todos [Harper Lee]; O Grande Gatsby [F. Scott Fitzgerald]; Peter Pan [J.M. Barrie]; A Nascente [Ayn Rand]; Hamlet [William Shakespeare]; Almoço Nu [William S. Burroughs]; Este Lado do Paraíso [F. Scott Fitzgerald]; Pé na Estrada [Jack Kerouac]; O Estrangeiro [Albert Camus]; O Apanhador no Campo de Centeio [J.D. Sallinger].

Ele também se interessa muito por música e parece apaixonado por Asleep, dos Smiths <3


Por conta do livro incrível, pretendo ver o filme (coisa que, provavelmente, foi o contrário para muitos dos novos leitores de Vantagens: a maioria viu o filme e, só então, descobriu ser uma adaptação. Uma bela adaptação, aliás, já que o próprio autor foi o roteirista, tendo como resultado um filme impecável e fiel ao livro - pelo menos é o que ouvi falar e é o que imagino).

Esse livro tem ótimas tiradas, ótimas frases de reflexão e mostra momentos que são maravilhosos para pensarmos em nossas próprias vidas. Uma das frases que Charlie fala, a mais famosa de todas, é "Eu me sinto infinito". Eu não sei explicar porquê, ou como, mas eu consegui compreender perfeitamente bem o que ele quis dizer. Na verdade, o próprio Charlie explica o que a frase dele quer dizer, durante o livro, mas naquele segundo em que li a cena e a frase... Eu compreendi.

E percebi que já havia sido infinito algumas vezes. E acredito que tenha sido essa a intenção dessa frase (mesmo que tenha sido "sem querer", como geralmente acontece na vida real: soltamos uma frase meio maluca, meio "sem sentido" e segundos depois percebemos o quão genial ela é), nos mostrar que precisamos nos sentir infinitos e que, ao menos uma vez, isso nos fará extremamente bem.

Andei lendo em algum lugar que esse livro foi baseado em alguns amigos e 'experiências' do autor. Não sei se é verdade e nem estou aqui para especular esse tipo de coisa, mas queria dizer que, se for verdade, esse tal de Stephen teve uma vida e tanto.

Bem, recomendo As Vantagens de Ser Invisível. Cada cena é imperdível - eu queria poder dar spoiler aqui e falar sobre cada uma delas, sobre cada tirada de choro de Charlie, sobre cada momento bom e ruim, mas acho que não seria legal - e cada frase toca você de uma forma - seja achando Charlie um fofo, seja pensando que ele não merecia isso.

Espero que vocês leiam. Sintam-se infinitos. Por favor.

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