1 de junho de 2015

Rainha da Primavera [Karen Soarele]



Essa resenha é sobre o livro extra do universo das Crônicas de Myriade, da autora parceira Karen Soarele. Eu preciso admitir que esperei receber o primeiro livro da série, mas que agora vejo ter sido realmente muito mais interessante ler este aqui.

Aliás, uma coisa que eu achei divertida - pelo menos para mim - é que lembro quando a Karen estava ainda escolhendo as cores para essa capa! Lembro de ter lido sobre a coisa da cor vermelha e tudo mais; achei engraçado estar lendo justamente esse livro, enfim.

Indo direto ao ponto, vamos falar sobre esse livro tão pequeno, mas tão surpreendente em alguns pontos!

"Quando os estandartes inimigos se aproximam, apenas a magia do escolhido é poderosa o suficiente para proteger o reino de Hynneldor. Contudo, a princesa herdeira desapareceu há muitos anos, e aqueles que ousaram procurá-la jamais retornaram.

Mas a esperançaé uma arma poderosa, e a descoberta de uma jovem na misteriosa Ilha de Ashteria pode mudar o destino de todos"

Karen Soarele.
2014
2ª edição.
Editora Cubo Mágico.

Então. Eu tenho mesmo que confessar que não tinha grandes expectativas com o livro. Não pela série, ou enfim, o que eu provavelmente imagino dela, mas sim por ser um "livro extra" e ser tão pequeno. Ok, claro, tamanho não é documento e existem vários livros extras maravilhosos, só que eu não pude evitar. Fazer o quê?

Achei que o livro seria legal e fim. Nada além disso. Imaginei que eu iria gostar, mas já tinha mais ou menos uma ideia pré-formulada dos personagens, do enredo no geral... Enfim.



Não conheço a história da Crônicas de Myriade, e não procurei nada sobre a série justamente para descobrir tudo, conhecer tudo na minha primeira leitura. Dessa forma, posso só achar que esse livro se passa em um dado momento anterior ao das Crônicas - talvez porque alguns livros extras que já li são todos anteriores à história principal e, enfim, acabei usando esses como base? - e que a Rainha da Primavera e Dimitri apareçam - ou não - nas Crônicas como personagens mais velhos ou sejam somente mencionados.

O que seria realmente legal, falando nisso. Gosto desse tipo de coisa - apesar de ter me irritado um pouco em Nárnia, -q.

O livro fala sobre a princesa que vive em uma Ilha misteriosa, que não possui uma "conexão normal" com o continente ou com o mundo exterior - segundo a história, só é possível chegar a ela a cada década e com muita sorte - e sobre o fato dela ser princesa de Hynneldor; sendo procurada por Dimitri e Nathair, respectivamente um guerreiro e um velhinho 'inútil'.

Acho que a primeira coisa que me chamou atenção foi a mancha de sangue nas mãos de Dimitri [e o personagem ter esse nome. Eu tenho um amigo chamado Dimitri, -q], porque não costumo ver esse tipo de coisa em livros juvenis - a categoria que, de cara, imaginei que fosse a de Crônicas de Myriade/livros extras, como um todo. Então, um livro voltado para jovens, talvez pré-adolescentes, com manchas de sangue e personagens meio mal encarados? Ok, posso lidar com isso.

A partir do momento que os dois levam a princesa Flora embora da Ilha misteriosa, temos o começo de nossa história fantástica e cheia de detalhes intrigantes e surpreendentes. O primeiro, e talvez mais importante e que mais me intrigou/chocou, foram as mortes: muitas mortes, e mortes bem descritas, cruas e, mais importante ainda, lógicas e frias.

Não falo de uma morte por "caiu e quebrou o pescoço sem querer", mas sim de "cortou fora a cabeça do maluco com a espada".

Esse tipo de coisa eu não vejo em livros juvenis.

Gostei mesmo das cenas de luta, de fuga, de mortes. Achei que ficaram bem construídas, de verdade, e que foram muito lógicas e frias. Sem arrependimentos por parte dos personagens - o que me agradou também. Odeio personagem que mata e fica de 'palhaçada' depois, se arrependendo... Ugh. Apesar de ser da personalidade do personagem, eu pego implicância - e com detalhes muito honestos.

Ganhou muitos, muitos pontos comigo nessas cenas.



Aliás, outra coisa que me agradou bastante foi o personagem Dimitri. Ele é forte, e parece ter uma história 'maior' e muito justa por trás de toda a coisa da princesa desaparecida, blábláblá. Quer dizer, eu reparo muito em personagens e suas histórias, e de todos os que li em Rainha da Primavera, ele é o mais profundo e interessante. Os outros são meio... Superficiais e previsíveis, assim como 90% dos personagens de histórias fantásticas/histórias no geral, mas isso não me deixou irritada ou decepcionada. Na realidade, eu meio que esperava por algo assim - não especialmente para essa história, mas eu normalmente espero por personagens superficiais em qualquer livro que eu leia [uma tática minha para não me decepcionar! risos].

De qualquer modo, Dimitri é o tipo de personagem que eu gosto: misterioso, profundo e com um passado inteiramente duvidoso. Não gosto de personagens muito... certinhos ou completamente ruins. Acho que, assim como as pessoas reais, os personagens são um misto dessas duas características - sempre com um bom motivo por trás de suas personalidades.

A princesa Flora, por exemplo, me pareceu completamente superficial; uma princesa legal, que agora precisa aprender a conviver com seu novo mundo/destino/vida e aos poucos aprende a entender o cara legal - no caso, o Dimitri - podendo, ou não, fazer algumas besteiras pelo caminho. É. Apesar disso, não desgostei dela.

Ainda sobre os personagens, eu reparei que não são muitos - o que é muito justo, para um livro pequeno - e que no geral são figurantes ou secundários. Bem normal, nada demais.

Mas outra coisa importante que me chamou atenção foi o clima "Game of Thrones" do livro. Sério. Parecia que eu estava em uma versão brasileira da série, pelas estalagens, o clima da história e as armas também.



Eu já havia notado a semelhança Game of Thrones/Myriade quando vi a capa dos outros livros da série, e até do outro livro extra [a personagem me lembrou demais a Daenerys Targaryen, uma personagem famosa da série americana] mas imaginei que fosse somente 'coisa da minha cabeça'. De qualquer modo, isso me deixou ainda mais interessada, porque quero ver se é realmente uma semelhança entre as séries e onde isso vai dar. Apesar das semelhanças pararem por aí; o enredo da série e do livro extra não têm nada a ver.

Falando sobre o enredo, digo que o achei bem aceitável e satisfatório. As "reviravoltas" da história não foram tão surpreendentes - admito que, depois de ler tantos e tantos livros de fantasia, de tantos autores diferentes, eu meio que me acostumei a encontrar as pistas dos 'mistérios' do livro ao longo da história - apesar de terem levado a consequências interessantes, e o final foi bem normal. Quer dizer, sem nada muito surpreendente, ou eventos terrivelmente chocantes [como personagens principais pegando fogo, explodindo, sendo decepados...]. Na realidade, eu esperava algo do gênero.

Acho que nesse caso, esse enredo - a história, em si - tenha agradado muito, muito mais os leitores da série Myriade do que a pessoas, como eu, que começaram justamente por esse livro. Bem, eu não conheço os personagens da série principal, não faço ideia de como o enredo se desenrola e nem mesmo o que esse livro extra tem em comum com a série principal. Então, para mim, foi somente um livro de fantasia legal que provavelmente pode ter elementos mencionados na série. Talvez, se eu já tivesse lido, teria uma reação mais "OMG, TAL PERSONAGEM! TAL HISTÓRIA! OMGOMG".

Quer dizer, um enredo bem normal, com reviravoltas previsíveis [para mim, que estou acostumada a buscar esses pontos nos livros]e um final satisfatório com tudo o que foi apresentado. Não me causou emoções, justamente por eu não ter ligações com a série ainda, apesar de ter me surpreendido MUITO com as mortes frias e bem escritas, bem esclarecidas, que eu realmente não esperava encontrar assim em um livro "juvenil".

Como um todo, eu gostei bastante. Admito que surpreendeu minhas expectativas, porque eu normalmente entro com elas nulas para não ter decepções - apesar de ter entrado com certa curiosidade, depois de ver tantas coisas sobre Myriade em tantos lugares diferentes - e eu gostei bastante de certos personagens, como o Dimitri.

Devo dizer que a "coisa mágica" que se revela no final - evitando dar spoilers, risos - ficou meio... Rápida demais. Sei lá. Em uma hora, a garota não sabe fazer nada e parece que vai morrer logo, e na outra... MAGIA! Entendo a explicação do livro, mas... Não gosto muito dessas coisas assim tão... Rápidas e de repente. Parece que perdi alguma coisa, ou que o livro já estava terminando e precisavam fazer alguma coisa em relação a esse detalhe...

Vai saber.

De qualquer modo, não posso terminar essa resenha sem antes falar sobre a capa, com o vermelho maravilhoso, e das ilustrações do livro. Aliás, um pequeno detalhe que não me passou despercebido: nos capítulos tem sempre um pequeno desenho - o medalhão? - e a fonte do título do capítulo também ficou sensacional! Gostei da fonte do texto também, e do tamanho da letra [grande, mas eu gosto de letras grandes, mesmo em livros gigantescos porque aí não forço a vista -Q].

As ilustrações ficaram bem desenhadas; nem muito realistas e nem muito infantis - um meio termo, digamos assim. Gostei bastante, e achei ÓTIMO estarem todas em preto e branco. Já vi livros com as ilustrações coloridas, e muitas, muitas vezes a cor meio que não fica muito boa, ou então o desenho fica muito melhor em preto e branco do que colorido. Enfim. Gostei dos traços das ilustrações, parabéns ao Hudson Andrade :D



Sinceramente, estou muito curiosa para ler a série principal, Crônicas de Myriade, e muito ansiosa para, finalmente, mergulhar de vez nesse mundo que me parece tão legal! Eu adoro séries de fantasia que não são nem infantis e nem adultas [vulgo, Deltora Quest, essa série linda maravilhosa <3 ] e acho que Myriade vai me agradar MUITO mesmo, pelo que estou sentindo - risos.

Espero começar em breve. Estou verdadeiramente ansiosa e me senti calorosamente recepcionada em meu primeiro mergulho à Myriade.

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