23 de maio de 2015

Café Turco - Guto Castro



Então, esse livro aqui eu descobri enquanto vasculhava o setor de "livros" [risos] da Chiado Editora, nossa parceira. Eu queria justamente escolher um livro para resenhar que fosse não somente interessante, mas que tivesse também uma capa legal - sim, eu escolho livros pela capa. Então, faça capas legais, senhor autor.

De qualquer modo, Café Turco me chamou atenção por, primeiro, ter uma capa com uma xícara de café e eu adoro cafés. E segundo lugar, o nome ser Café Turco: além de café, eu também acho a cultura oriental [meio a meio, no caso Turco, huehue] bem legal e já tinha lido algumas coisas sobre a Turquia, então fiquei bem curiosa.

Acho que o livro cumpriu o que eu esperava dele; tirando algumas coisas meio... Imperdoáveis. Vamos à resenha, sem mais delongas.

"Na Turquia o café é servido sem ser coado e a borra que no fundo cai, revela mais do que o simples desenho que se forma. Passado, presente e futuro se fundem e colocam Ibrahim e seu irmão numa Turquia que vai muito além das aparências e pontos turísticos. Uma viagem que mudaria para sempre a vida dos dois e sabe-se lá de quem mais...".

Guto Castro.
Chiado Editora.
2015, Abril - 1ª Edição.







Então. Como eu havia dito mais acima, procurava por um livro no catálogo da Chiado Editora para ler e resenhar. Admito que não conheço muito as obras que a editora publica ou, enfim, os autores brasileiros dela [exceto pelo Dener B. Lopes, a Raquel Pagno e outros dois -q]. Dessa forma, tive que fazer o que eu normalmente faço nas livrarias:

Vejo uma capa legal. Leio o título. Se me agradar, abro uma nova guia com as informações do livro e vejo se vale a pena ser lido. Senão, continuo nessa minha seleção até achar um que agrade de verdade.

Eu tenho que dizer que Café Turco me chamou MUITA atenção pela capa [adorei essa xícara gente, sério. Vou até agora na cozinha pegar um cafézinho pra mim -q] e pelo título. Afinal de contas, além de ter café, também tem 'turco' e normalmente o que tem 'turco' é muito interessante - pelo menos pra mim. E eu, coincidentemente, estava ensinando a minha irmã sobre o Império Turco-Otomano. Considerei coisa do destino, pedi o livro e... Digamos que minhas expectativas tenham sido 40% supridas.

[É uma bela capa de café]

Para começar, eu gostei dos personagens. Começamos acompanhando o irmão do Ibrahim, que, aliás, não tem nome. Sério. O cara não tem nome. Durante todas as 205 páginas de história, eu não li uma única vez o nome do dito cujo. Na realidade, parando para pensar, acho que só "comecei" a ler nomes quando o Irmão-do-Ibrahim desembarcou na Turquia. Antes disso, nada de nomes. Isso me deixa um tanto quanto angustiada, porque eu realmente gosto de saber com quem estou lidando e quando o personagem não tem nome eu não crio nenhum vínculo com ele ou, enfim...

Apesar de que não há muitos personagens no livro, e isso é um ponto legal. Gosto de livros com poucos personagens, que são bem aproveitados e utilizados ao longo da trama. De qualquer modo, vamos chamar o Irmão-do-Ibrahim de "Marcelo", porque eu quero e porque ficar escrevendo Irmão-do-Ibrahim cansa e enche o saco.

Logo nas primeiras páginas, nós acompanhamos o Ibrahim e o "Marcelo" se dirigindo ao hotel onde iriam ficar na Turquia. Gostei muito mesmo desse começo e das muitas visitas a pontos turísticos do local, porque ficaram recheados de história e de informações inteligentes e eu simplesmente amo esse tipo de livro [Dan Brown -qq].

O autor mostra de uma forma muito agradável a cultura do local; desde o comportamento dos turcos no período do Ramadã, até as construções, comida, clima... Enfim. Ele soube construir de forma fantástica o clima da Turquia, colocando o leitor em toda a situação como se ele realmente estivesse no país! Eu acho isso fantástico, e adoro quando o autor consegue chegar a esse estado sem entupir o livro de detalhes desnecessários ou, enfim, enrolar infinitamente para dizer o que pretende.



Acho que, infelizmente, essas foram as únicas partes que realmente gostei da história. Quer dizer, tem toda a trama com a mãe do Ibrahim [seria spoiler contar isso aqui. O legal dessa trama é, durante a leitura, descobrir o que há com ela e, enfim, com toda a família do Ibrahim e do "Marcelo"], a coisa das cartas [que eu achei muito tocante], e a própria história das viagens pelo mundo - livros assim sempre me dão uma vontade louca de viajar #chateada - mas... Havia pontos no livro que realmente não deu para ignorar.

Eu vi que o próprio Guto Castro revisou seu livro, e isso fez minha hipótese se tornar uma teoria [pra quem não sabe, teoria não é um troço "hipotético" ¬¬]. Acontece que eu vi MUITAS frases com pontuação errada [virgulas separando sujeito de verbo... Enfim, coisas que, pra mim, são imperdoáveis], muitas frases mal formuladas, palavras desconexas, alguns erros de digitação... Ou seja, o autor não é burro, claro, mas acontece que depois de ler tantas vezes o próprio texto, a gente acaba deixando passar uma coisa ou outra. É normal. Sempre acontece. Só que ao invés de você revisar, sozinho, normalmente manda-se o livro para alguém de confiança, um amigo, um revisor por fora... Qualquer pessoa.

Mas vir com erro não dá.

Essas coisas me deixaram muito, muito irritada com o livro que parecia tão maravilhoso. Eu via aquelas pontuações e ficavam "hm..." ou então lia uma frase muito mal formulada e precisava até reler para tentar entender. E foi aí que pensei: "ele provavelmente não usou o revisor da editora e acabou deixando passar esses erros". Isso é normal, claro, autores são humanos e ficam com sono, cansados ou normalmente deixam passar essas coisas.

Só que não posso deixar de lado essas coisas numa resenha.



Enfim. Além disso tudo, houve... um romance mega clichê. Que droga. Estava tudo indo de forma maravilhosa: os pontos turísticos, a coisa histórica, a viagem... Até que veio o romance clichê como se desse um tapa em mim e dissesse: "estava achando bom?! Agora sofre!".

Eu odeio romance clichê. Odeio. Com todas as minhas forças. Odeio essa coisa de "ai meu Deus, você é tão maravilhosa e eu já estou chorando porque sinto tanto sua falta e fiquei preocupada, sendo que te conheci ontem". Odeio muito mesmo.

Isso, claro, fez com que eu passasse a ler cada vez mais rápido para terminar a coisa toda de uma vez. Preciso admitir que achei a história da Fulana do romance muito interessante, mesmo, e adoraria se o autor tivesse aprofundado em algo do tipo... Mas isso não aconteceu.

Acho que o que salvou a história foi metade do final. A outra metade não gostei. Mas essa metade... Ficou surpreendente - eu não esperava por isso mesmo - e fez todo o sentido. Gostei muito mesmo; todo mérito ao autor!! Apesar do romance clichê.

Fora toda essa coisa de enredo, personagens e tudo mais, queria dizer que adorei as páginas. Muito macias, com letras boas. Enfim.

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