3 de abril de 2015

O Cemitério [Stephen King]



    Acho que de cara todos já se sentiram muito mais interessados nessa resenha somente pelo simples fato de se tratar de um livro do famoso Rei do Terror, nosso querido Stephen King (sobrenome mais apropriado não existe q). De fato, Stephen King é um dos autores mais famosos e reconhecidos do mundo, com livros de sucesso, como "Carrie, a Estranha" (que virou filme novamente) ou "A Coisa" ou sua famosa coleção de "A Torre Negra", com sete livros ao todo, e acredito que o maior fator para o sucesso, além da dedicação dele, seja, claro, os temas dos livros: o terror.

    Penso que muitas pessoas possuem, no geral, certo fascínio pela escuridão, pela morte, pelo horror, mesmo que possam parecer coisas terríveis. Apesar de sentirem medo, esse mesmo sentimento faz tais pessoas continuarem observando, relativamente sádicas, toda essa questão do terror. O que falar do terror? Nada mais que uma espécie de gênero que faz o leitor (cinéfilo, etc) sentir os pelos na nuca arrepiarem e que, apesar de tudo isso, ainda deixa o leitor angustiado para saber como tudo termina.

    Mas o que faz os livros do King tão interessantes é justamente a junção do horror, com suspense (que caracteriza o terror, originalmente) e a escrita dele. A escrita de King é muito boa, fatalmente, e a forma como ele nos introduz nos mistérios e nas coisas que acontecem em seus livros também é maravilhosa. Acredito que isso tenha feito, também, os livros dele fazerem tanto sucesso. De qualquer forma, O Cemitério não poderia ser diferente.

    Agora com a temática extremamente 'comovente' de animais mortos, King nos introduz em mais uma espécie de terror misterioso.

"Um novo emprego, uma nova casa, vida nova. O médico Louis Creed não tinha do que se queixar. O cargo na Universidade do Maine parecia atender suas expectativas profissionais. A grande e velha casa colonial que escolhera por fotos era agradável e tinha bastante espaço para abrigar a infância dos filhos. A esposa Rachel, ainda que reticente de início, parecia enfim se adaptar à nova vida. E ainda havia o velho Crandall, o bom vizinho com suas histórias longas e a cerveja gelada.
    Tudo se encaixava na placidez de um sonho até o terror começar a mostrar suas garras. Primeiro, o jovem Pascow com a cabeça despedaçada. Depois o atropelamento de Churchill, o gato de sua filha Eillen. E então... A volta de Churchill, sim, a volta de Churchill do mundo dos mortos.
    Louis Creed está assustado. Ele percebe que há coisas que nem mesmo os olhos atentos da ciência podem explicar. Creed só não sabe ainda que não há limite para o mal. O pior ainda está para acontecer"

HEI, OH, LET'S GO!


Autor: Stephen King.
Editora: Objetiva.
Ano dessa edição: 2001.
Ano do lançamento: 1983.
Número de Páginas: 243.
Minha nota no Skoob: 4/5

    Pois é. Acho que somente por essa sinopse já deu pra entender o nível do "horror" dessa história. Gatos voltando do além? E que diabos seria esse Cemitério? Na sinopse que está no Skoob.com nós já sabemos mais coisas sobre o livro: sabemos que há uma espécie de "simitério" dos bichos (escrito assim mesmo! Em inglês, o título do livro seria Pet Sematary, que também está com a ortografia errada. O correto, em inglês, seria Cemetery), e que atrás do "simitério" há um outro cemitério, mas bem mais misterioso e sombrio.

    Um cemitério que atrai pessoas a ele e que faz alguma coisa bem ruim acontecer porque, enfim, já deu pra perceber pelos livros do King (especialmente por Celular, por exemplo) que nada de muito bom está para vir de cemitérios de bichos com ortografia errada. q. Mas, falando sério, já dá para notar que o maior mistério estará envolvendo Churchill, o "simitério" e o outro cemitério misterioso.


(Eu simplesmente AMO essas edições da Objetiva dos livros do King. São absurdamente lindas. Queria comprar Carrie, a Estranha, dessa editora. No momento, só tenho O Cemitério e Celular)

    O livro é bastante bom, apesar do final ter me decepcionado um pouquinho (falo do final, não do epílogo pequeno) pelo fato de não ter ficado tão sombrio quanto eu imaginava. Quer dizer, o modo como aconteceu a resolução do final (com a "volta dos que não foram" qq) ficou muito... Talvez relativamente tosca. Quer dizer, não sei, a ideia ficou maravilhosa e é compreensível porque aquilo aconteceu com o bebê, mas não consigo visualizar isso sem rir mentalmente porque é relativamente ridiculo.

    De qualquer forma, o livro inteiro é bem interessante. O King consegue nos fazer refletir acompanhando o personagem também em suas reflexões e também consegue nos surpreender com fatos que jamais lembraríamos justamente por terem sido somente mencionados, e que, afinal de contas, tiveram uma grande importância para compreender realmente o que é o tal cemitério micmac.

    A escrita, bem, não acho que deva falar muita coisa: é excepcional. Eu adoro o modo como ele escreve, mesmo, desde que li Celular (apesar de Celular possuir muito mais referências regionais e consequentemente mais notas de rodapé). Além do que, os personagens são bem cativantes, isso é um fato, e é impossível não se deixar levar pelos pensamentos e sentimentos deles.

    O livro é contado todo em terceira pessoa, pelo ponto de vista do Louis, mas a partir do finalzinho temos também os pontos da Rachel e do Jud.O que torna a história excelente, porque o King sabe exatamente onde parar o capitulo para nos deixar ainda mais curiosos sobre o que acontecerá. O livro também é dividido em três partes "O Simitério de Bichos", "O Cemitério Micmac" e "Oz, o Gande e Teível".


(Essa é uma das três partes que dividem o livro. É bem legal como o King sempre coloca alguns "trechos" que ele considera que tenham a ver com o que ocorrerá naquela parte)
    
    Não há exatamente o que criticar no livro (exceto pelo final, pelos motivos que já apresentei, mas que não puderam ser bem explicados para não dar spoiler aos leitores), e a história é verdadeiramente boa. Não somente pelo fato de ser boa, mas por possuir algo mais por entre as linhas, sabem? Esse é um daqueles livros que fazem você pensar junto com o narrador, e da mesma forma como isso acontece, nós nos deparamos com as mesmas questões que surgem na mente dele: o que fazer nesses momentos alucinantes de dor? Será que o que Louis fez foi realmente bom? (na minha opinião, foi masoquismo puro).

    E, especialmente, o livro trata muito bem sobre essa questão da morte inaceitável. Quando Churchill, o gato, morre, temos toda uma questão sobre o que seria a morte, e conversas entre Louis e a filha Ellie sobre para onde vamos, fé, religião e toda essa coisa de sempre. Com a ligeira diferença de que é o King falando, então, pode-se esperar um texto bem direto e - na minha opinião - muito sincero.

    Pensando sobre o "simitério", posso dizer que o lugar não é nada além de algo bem horripilante. Para começo de conversa, só frequentei um cemitério na vida (e foi somente uma vez, para nunca mais) e pela manhã. Nunca fui a grandes cemitérios, ou cemitérios no meio de florestas ou nada disso, muito menos à noite (não que eu tenha medo de espíritos, sei lá, mas é uma grande coincidência). Mas somente de imaginar e ler as sensações de Louis Creed eu fui capaz de enxergar e sentir o quão horripilante e ruim aquele lugar era.

    Especialmente depois da "barreira".

    Digo que as coisas ficam bem mais interessantes após a morte de Pascow, o aluno da Universidade do Louis. A partir desse momento as coisas realmente acontecem e, aliás, uma questão fica ainda em aberto: será que Pascow ultrapassou a barreira do 'simitério'? Será que ele foi lá com alguém e, por algum motivo, aconteceu aquela tragédia? Aliás... Alguém enterrou o Pascow no cemitério micmac?

    Muitas questões ficam em aberto de propósito e, acredito, elas são respondidas logicamente pelos próprios leitores ao terminar O Cemitério. Eu já tenho minhas respostas, mas ainda fico curiosa para saber o que realmente aconteceu.


(O livro é muito bom. E o modo como King representa a loucura é simplesmente... Encantador, suavemente louco e sutilmente doloroso)

    Esse, sem dúvidas, é um ótimo livro do King. Claro, o final meio decepcionante me deixou meio abalada, mas nada que tenha estragado todo o enredo anterior. Na realidade, esse 'final decepcionante' faz TODO sentido com o que aconteceu anteriormente, mas eu achei que ficou meio tosco. Ficou meio... "err..." apesar de ter sido incrivelmente horripilante - eu li isso com as luzes apagadas, no meio da madrugada, com a minha geladeira estalando. Gente, nada foi mais terrível que isso.

    E, caso não saibam, "Pet Sematary" - o título original - tem uma adaptação cinematográfica. O filme "Cemitério Maldito" (ou, como o original, "Pet Sematary") foi lançado em 1989 e foi dirigido por Mary Lambert. A adaptação é um tanto quanto fiel ao livro, exceto por alguns personagens [o que, do meu ponto de vista, foi imperdoável]. Temos que levar em conta, aliás, que o filme é bem antigo e que os efeitos não são os mais atuais. Risos.

    Eu recomendo a leitura de 'O Cemitério', mas acho que não deveriam ler isso no meio da madrugada com tudo apagado, sim? Obrigada, de nada. q

    Falando sério. O livro é muito bom mesmo, e a capa é nada mais nada menos que horripilante (imagine encontrar um troço desses se mexendo durante a madrugada, quando você está tranquilamente andando pelo bosque?).


(Imagine encontrar um bicho desses no meio da noite na sua rua? Sério. Acho que eu sairia correndo e só pararia quando entrasse debaixo dos cobertores. Acima de tudo, nunca mais dormiria com as luzes apagadas. Ps.: QUE CAPA LINDA, OMG)

    Verdadeiramente horrível e acho que eu morreria do coração. De qualquer forma, o livro é bem legal, e é uma ótima para quem quer entrar com tudo no mundo de "Stephen King". Aliás, eu gostei bastante da temática de 'bichos mortos', já que a maior parte dos leitores sensíveis (vulgo, eu) se corrói de tristeza sempre que acontece alguma coisa ruim com os bichanos, bichinhos e bichos nos livros/filmes. Isso COM CERTEZA é bem influente no livro e foi o que me chamou de cara a atenção.

    E caso não consigam identificar, isso na capa é um gato.

    Devo fazer uma resenha do filme, acho, e falar um pouco sobre ele.

Até breve,

Biacinha.

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