31 de agosto de 2014

Legado de Sangue [Raquel Pagno]



    Pois bem, meus queridos leitores. Como eu havia prometido a todos vocês, aqui estou eu escrevendo a primeira das três resenhas especiais que serão postadas hoje, sobre os livros da nossa parceira Raquel Pagno.

    A Raquel é autora de alguns livros publicado pela Chiado Editora - uma editora muito famosa em Portugal - e você pode conhecer mais todos os livros [ler as outras sinopses e tal] não somente aqui nos posts de resenhas, mas também no site da própria Raquel e tudo mais. Ou até visitando o site da editora, que tem muitos sucessos publicados [como o atual Cidades-Mortas, de Dêner Lopes].

    Enfim.

    Vocês devem ter noção de que eu nunca resenhei livro algum da Raquel aqui no blog, desde que ela virou nossa autora parceira, e provavelmente devem estar curiosos para saber mais sobre os livros dela, suas histórias, sua escrita, etc. E, por conta disso, eu resolvi fazer esses posts especiais: o Domingo da Pagno!

    Hoje, no domingo da Pagno, vocês irão conhecer os três livros dela e ainda por cima terão uma surpresa especial!!

    Então, vamos começar logo com isso! Eu vos apresento: Legado de Sangue.

"Carmem sempre ouvira as tristes histórias de Francesca. Adorava cada frase saída da boca enrugada da avó, mas sentia que a verdade estava escondida nas linhas de seu rosto, presa em um coração saturado de sofrimentos. Foi em uma noite de lua cheia que ela finalmente lhe contara a verdade: seu antepassado era um vampiro, Carmem era a herdeira do Rubi de Sangue e do poderoso sangue das bruxas, o único alimento capaz de saciá-lo completamente, e que ao mesmo tempo era para ele mais letal do que qualquer veneno; e era a única capaz de gerar um filho para salvá-lo da extinção. Apaixonada, Carmem segue o seu caminho rumo ao destino que a aguarda. Miguel deseja o seu sangue, e ela, a imortalidade dele."

Editora: Chiado Editora
Ano: 2013
Edição: 1ª.
Página do Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/362845-legado_de_sangue



    Esse livro nos coloca em três gerações diferentes de uma mesma família - desde a avó Francesca, até sua netinha Carmem - e também nos envolve, mais uma vez, com uma das criaturas mais ""polêmicas"" da literatura: os vampiros - e as bruxas também, mas elas são "deixadas em paz" desde Harry Potter, onde aparentemente todos concordaram que aquela era uma ótima forma de retratar bruxos e bruxas.

    De qualquer modo. Desde "Crepúsculo" [da Meyer], os vampiros são criaturas muito polemizadas, que caíram na desgraça do povo e que perderam completamente seu "glamour" antigo. Quem leu "Drácula", de Bram Stoker, consegue praticamente tocar nas divergências entre o antigo Conde Sanguinário e os Sugadores Vegetarianos Adolescentes Brilhantes.

    Não estou criticando [só pra deixar claro: odiei os vampiros "modernos" da Meyer. Achei todos completamente ridículos. Brilhar no Sol? Fala sério], mas só dizendo que realmente os vampiros mudaram MUITO de uns tempos pra cá [passando desde o clássico dos clássicos, no qual o Conde conseguia influenciar tempestades, possuir morcegos e outros bichos estranhos e fazer outras coisas também bastante estranhas, até os vampiros vegetarianos que, sinceramente, também são estranhos]. E esses vampiros da Pagno, oras bolas, também são diferentes! Afinal de contas, parece que ainda não chegamos exatamente a um "senso" de "como representar vampiros genericamente" [como aconteceu com as bruxas de J. K. Rowling, por exemplo].

(Percebam que a blogueira aqui leu PDF - RISOS. Nada contra PDFs, na verdade. Adoro fazer parcerias, então, não tenho problemas com PDFs ^^ - só que eles ficam meio... Feios pra colocar aqui nas imagens, então... Sei lá. Autores, mandem fotos dos seus livros. Obrigada, de nada QQ)

    Então, como eu perdi meu tempo ali em cima falando sobre os vampiros e suas mudanças através dos séculos [Vampiros Através dos Séculos q], eu agora irei falar sobre a escrita e estrutura, antes de mencionar a história, em si.

    Na verdade, na verdade, eu gosto da escrita da Raquel. Nesse livro aqui, ela está em um clima bem legal de passado, e casarões e guerras e gripe espanhola (q), e o clima está bem legal pra ser retratado. A escrita dela, ainda bem, acompanha isso! Não falo sobre ela escrever como se estivesse no século passado, mas ela respeita o tempo da história usando de um vocabulário mais "refinado", digamos assim.

    A tabulação da história também ficou muito boa - levando em conta que eu estava vendo por PDF, então - e não cansava a vista do leitor. Porque vocês sabem que muitos PDFs têm uma estrutura HORRÍVEL, com parágrafos juntos, letras muito miúdas e de uma fonte muito ruim pra ler em tablets, e-readers, enfim. Gostei bastante dessa estrutura aqui, etc. E essa tabulação bem estruturada ajudou bastante na hora da leitura. Certamente que tabulações boas sempre ajudam, mas essa realmente me manteve colada na leitura - tanto que terminei o livro em somente duas madrugadas [leio PDFs de noite]. Porque quando a tabulação é muito ruim, eu leio dois parágrafos e já me canso logo.

    Enfim. Certamente, esses são pontos bastante positivos em uma história, já que muitas vezes o único erro do autor é formatar de uma forma meio ruim e aí os leitores meio que desistem de ler porque ficam com a vista muito cansada, e não têm dinheiro para comprar o livro [ou o livro só foi lançado em PDF, aí complica ainda mais].


    Falando sobre a história em si. Bem. Acho que, de cara, eu já deveria dizer que 1) depois de ler Crepúsculo, eu realmente fiquei com o pé atrás com toda e qualquer história atual mencionando vampiros, e que mesmo depois de ler Drácula eu continuei com o pé atrás com histórias recentes e 2) não consigo gostar de romances como o foco da história.

    Mas vamos falar dos outros pontos além dos vampiros e do romance.

    Temos aqui uma história com dois pontos históricos diferentes [de Francesca e de Carmem], que possuem suas próprias protagonistas. Nos dois pontos, a visão é uma só e toda escrita em primeira pessoa, e os acontecimentos envolvem o mesmo cenário e o mesmo 'antagonista'.

    O que eu gostei bastante foi essa coisa das gerações. O passado da avó, mencionando a história da mãe e então a garota, Carmem. Foi interessante porque nós víamos o personagem, antes jovem ou um simples bebê, crescer de uma hora pra outra e, uau!, como está diferente! Adoro essa sensação, gosto de acompanhar crescimentos - por isso também gosto de sagas ou séries que no primeiro livro o personagem é uma criança ainda e ele vai crescendo até se tornar um adulto no último [como Harry Potter ou Percy Jackson] - e esse foi um dos pontos legais da história.

    Outro, claro, foi essa mistura de vampiros com bruxas. Ok. Vampiros são uma coisa e bruxas são outra coisa bem diferentes, mas a correlação criada pela Pagno e explicada ao longo da história ficou muito bem feita e até bastante interessante. 

    Aliás, outro ponto bem interessante foi o fato do personagem precisar 'perpetuar' a espécie, e sua dificuldade para encontrar um parceiro. Isso é muito legal, especialmente porque eu vejo a todo momento na minha faculdade, e o que me fez pensar que, realmente, tudo é biologia. Enfim. Também gostei das descrições, elas são bem detalhadas e produzidas - não somente de móveis, cenários e roupas, mas de personagens também.

     Porém... Acho que uma das coisas que mais me fazia revirar os olhos era a "paixão arrebatadora" que tomava conta do livro em praticamente todas as páginas existentes. Quer dizer, muitas vezes, em muitos capitulos, eu conseguia entender o motivo para aquela coisa chata acontecer - já que a própria autora nos explica isso durante a história - mas eu simplesmente não conseguia suportar. Era irremediavelmente entediante. E após ler outros livros dela, eu vi que essa é sua característica: paixões arrebatadoras [propositais ou não] em seus livros. Como principal foco, ou influenciando as escolhas dos protagonistas... Elas precisam estar ali.

    O que, penso eu, não é exatamente uma crítica. Cada autor tem sua "mania", seja ela de matar personagens [sim, Martin, estou falando de você] ou de escrever sempre a mesma coisa [vulgo, John Green ou Nicholas Sparks], ou de colocar sempre o mesmo nome em sua protagonista [essa vai pro Manoel Carlos. JÁ CHEGA DE HELENAS! SOCORRO], enfim. Cada autor tem sua mania, seu tique, e o dela são as paixões arrebatadoras. Fazer o quê?


    E acho que outra crítica que eu gostaria de fazer é: o clímax demorou MUITO para chegar, e se foi em somente 4 páginas. Quero dizer. O livro inteiro passamos esperando O Grande Clímax chegar e, então, quando faltam quatro páginas... Ele surge. E acho que dura menos de três páginas! Poxa vida, por que tão rápido?

    Aliás, o fator do grande clímax - o objeto que "trás" o clímax até a protagonista e, enfim, encerra aquela coisa toda - estava literalmente na frente dela. Ele APARECE NA FRENTE DA PROTAGONISTA. QUE COISA MAIS CONVENIENTE, NÃO? Enfim.

    Algumas coisas realmente foram meio... Corridas. Como se a Raquel tivesse escrito toda empolgada durante a história [que, aliás, apresenta ciclos viciosos de ''decaimento de qualidade de escrita'', nos quais ela começa escrevendo maravilhosamente bem e então... Escreve de um modo comum, e volta pro maravilhosamente bem... Enfim, e para sempre] e então "oh, Deuses, falta um dia pra terminar o prazo de entrega do livro pra editora" e escreve tudo correndo.

    Pra mim, ela poderia ter feito pelo menos mais 50, 100 páginas depois do "clímax". Ela poderia nos apresentar ao novo mundo da personagem, ou então colocar mais fatores, ou não colocar o objeto-chave da história bem na frente da garota... Tantas coisas! Pra mim, esse final de história foi MUITO corrido, muito mesmo, e meio que "vamos terminar logo este troço". Uma pena, mesmo.

    
    De qualquer modo. Acho que pra quem realmente gosta de romance, dessas paradas sobrenaturais envolvendo vampiros [que, OBRIGADA SENHOR, não brilham no Sol, chupam sangue de verdade e, enfim, são vampiros] e tudo mais, essa história será realmente muito maravilhosa. Agora... Eu não sou tão fã assim de romances, então... :/

    Fiquem por aqui, que em breve irei postar a resenha de... Seablue, da Pagno, do Domingo da Pagno! E não esqueçam da surpresa final :DD

    Até breve,

    Ana ;D

2 comentários :

  1. Essa resenha é muito interessante, por diversos motivos.

    O primeiro é o fato do romance incondicional (claro, apesar de não ser um tema de sua preferência), ser posto como um ponto comum em todos os meus livros. Eu juro que não percebia que exagerava tanto assim e vc abriu meus olhos para esse fato.

    A intenção quando escrevi Rubi de Sangue (título original do romance, publicado em Portugal), era que seriam dois livros, o primeiro sobre as bruxas do vampiro (inclusive esse era o subtítulo do primeiro volume "As Bruxas do Vampiro") e no segundo estaria a história dos "Filhos do Vampiro". Porém, por conta de desentendimentos com a editora, o segundo livro não saiu e ocorreram alterações para a publicação na versão brasileira. ;)

    Talvez isso tenha prejudicado a história, especialmente no que diz respeito ao clímax. Foi uma boa observação, fiquei pensando bastante nos pontos que vc levantou.

    Muito obrigada pelas resenhas! Todas ficaram maravilhosas, mostrando os pontos altos e baixos das obras, o que é muito bacana.

    Beijocas!

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  2. Oi, Raquel!

    Nossa, eu realmente não sabia dessa questão com a editora. Seriamente, seria MUITO bom se tivesse um segundo livro de "Legado" (ou "Rubi", como seria em Portugal ahha) porque realmente acabaria completamente com essa questão da "continuidade" - ou falta dela - após o grande clímax!

    E, poxa, eu só tentei ser sincera. Mesmo. Você sabe disso. Fico MUITO feliz que tenha gostado das resenhas! E vamos que vamos! ^^

    Beijos :3

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